Descubra as melhores dicas para carregar o seu carro elétrico e poupar dinheiro. Aprenda a escolher o posto de carregamento ideal, a otimizar o tempo de carga e a entender os custos envolvidos.
A crescente popularidade dos carros elétricos trouxe consigo uma série de dúvidas sobre como otimizar o processo de carregamento. Carregar um carro elétrico vai além de simplesmente ligar o cabo na tomada. Existem diversas variáveis que influenciam o custo e a duração do carregamento, desde o tipo de posto de carregamento até à temperatura ambiente.
Neste guia completo, vamos desmistificar o processo de carregamento, apresentando dicas práticas e informações essenciais para que possa tirar o máximo partido do seu veículo elétrico.
O custo de carregar um carro elétrico varia significativamente, dependendo de diversos fatores. O local de carregamento é um dos elementos mais importantes a considerar. Carregar em casa, por exemplo, é geralmente mais económico, uma vez que os custos de energia são normalmente mais baixos do que nos postos públicos.

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Entendendo os Custos do Carregamento
Nos postos públicos, o valor a pagar inclui a tarifa de operação do posto, o custo da energia contratada com o Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e, por vezes, taxas adicionais. É importante estar atento a estas variáveis, pois podem influenciar significativamente o custo final do carregamento.
Variáveis que Influenciam o Custo
Tipo de posto de carregamento: Postos rápidos e ultrarrápidos geralmente têm custos mais elevados por kW/h.
Potência de carregamento: A potência máxima suportada pelo veículo e pelo posto de carregamento também influencia o tempo e o custo.
Horário de carregamento: Em alguns casos, pode existir uma tarifa diferenciada por hora, sendo mais económico carregar durante os períodos de menor consumo.
Temperatura ambiente: Temperaturas muito baixas ou muito altas podem afetar a eficiência do carregamento.

Otimizando o Tempo de Carregamento
O tempo de carregamento é outro fator crucial a considerar. Existem algumas estratégias que podem ajudar a otimizar este processo:
- Nível de carga da bateria: Evite carregar a bateria até 100% ou deixá-la descarregar abaixo dos 20%. Este intervalo de carga é geralmente considerado o mais saudável para a bateria.
- Temperatura ambiente: Carregar em locais com temperatura ambiente amena pode acelerar o processo.
- Potência de carregamento: Certifique-se de que a potência de carregamento do posto é compatível com a do seu veículo.
- Tipo de carregador: Carregadores mais potentes permitem um carregamento mais rápido.
Dicas para um Carregamento Eficiente
- Planeie as suas viagens: Identifique os postos de carregamento ao longo do seu percurso e programe as paragens para carregar.
- Utilize aplicações móveis: Existem diversas aplicações que permitem localizar postos de carregamento, comparar preços e até iniciar o processo de carregamento de forma remota.
- Aproveite as horas de menor consumo: Se tiver tarifa bi-horária, programe o carregamento para os períodos mais baratos.
Tipos de Postos de Carregamento: Uma Visão Geral
A infraestrutura de carregamento para veículos elétricos tem evoluído rapidamente, oferecendo diversas opções para os condutores. Os postos de carregamento podem ser classificados de acordo com a sua potência e tipo de corrente:
- Postos de Carregamento Normal (PCN): Utilizam corrente alternada (CA) e são os mais comuns em locais residenciais e públicos. A potência máxima é geralmente inferior a 22 kW.
- Postos de Carregamento Rápido (PCR): Também utilizam corrente alternada, mas com potências superiores a 22 kW, permitindo um carregamento mais rápido.
- Postos de Carregamento Ultra Rápido (PCUR): Utilizam corrente contínua (CC) e são os mais potentes, capazes de carregar um veículo elétrico em poucos minutos. São ideais para longas viagens.
A escolha do posto de carregamento ideal depende das necessidades de cada condutor. Para o dia a dia, um PCN pode ser suficiente. Para viagens longas, um PCUR é a melhor opção.
Carregar um Carro Elétrico Após Trajetos Curtos: Boa ou Má Ideia?
Em carros a combustão, viagens curtas costumam ter um impacto negativo no estado da bateria. Mas e os carros elétricos? É ideal recarregar a bateria após cada viagem curta ou isso não importa?
A saúde de uma bateria é de suma importância para carros elétricos. Porque é este estado que garante a manutenção da autonomia no longo prazo, mas também porque este estado terá um papel determinante no valor residual do veículo no mercado de usados. A Europa também lançou um passaporte de bateria para aumentar a confiança dos compradores, mas muitos consumidores ainda têm dúvidas sobre o estado das baterias quando compram um carro usado, resultando numa certa relutância em comprar e na descida dos preços. Manter a bateria em boas condições é, portanto, imperativo.
Faz sentido que os novos proprietários de carros elétricos precisem de se educar e aprender como funciona este tipo de automóvel, incluindo a bateria. Assim, sabemos que o carregamento rápido tem um efeito na vida útil e no desempenho de um carro eléctrico, mesmo que vários estudos hoje tendam a colocar este impacto negativo em perspectiva, de facto constata-se que a degradação pode não ser é tão grande como se esperava. Mas e os carregamentos repetidos após viagens curtas? E não será melhor recarregar a bateria quando esta estiver quase descarregada, como fazemos com um carro térmico a gasolina ou diesel?
Como a bateria se deteriora?
Para compreender esta questão, devemos discutir rapidamente o princípio da degradação da bateria. É causada por processos químicos internos. A composição mais comum das baterias atuais é a de níquel-manganês-cobalto ou NMC (mas a tendência é avançar para baterias LFP ou lítio-fosfato ferroso, que são mais baratas e consomem menos recursos e que também podem ser carregadas a 100% sem contra-indicação).
O facto é que os ciclos de carga e descarga criam fissuras microscópicas na estrutura cristalina do cátodo, o que resulta numa redução na capacidade de armazenamento à medida que os materiais da bateria se esgotam.
Segundo Jason Fenske, conhecido por seu canal no YouTube, a intensidade da descarga tem um grande impacto na saúde da bateria. Uma bateria completamente descarregada e recarregada regularmente será, portanto, mais danificada do que uma bateria com menos ciclos de carga completos. A conclusão a tirar será de que recargas frequentes e não completas são benéficas ao invés de ciclos completos de descarga total e carregamento completo.
Não espere muito
Num mundo ideal, a bateria de um veículo elétrico deveria ser mantida entre 40 e 60 por cento da capacidade. Segundo Fenske, isso permitiria estender a vida útil da bateria em até aos 800 mil km, antes que a capacidade de carga caia para cerca de 85%. Mas para a maioria dos condutores, isso obviamente não é prático. O conselho a dar é portanto simples. Deve recarregar o seu carro eléctrico após cada viagem, independentemente da distância percorrida. Desta forma, a intensidade da descarga será limitada tanto quanto possível e os estados de sobrecarga poderão ser evitados.
Jason Fenske também dá outros dois conselhos. A primeira é evitar períodos de estacionamento muito longos com a bateria carregada, pois níveis elevados de carga geram calor, o que acelera os processos de degradação. A segunda é que você não deve esperar até que a bateria esteja quase vazia para recarregá-la, pois isso aumenta o desgaste. É portanto necessário evitar flutuações significativas no estado de carga da bateria.

Passaporte de Bateria: O Que É?
A produção do Volvo EX90 elétrico começou nos Estados Unidos. Este grande SUV é o primeiro carro a ter passaporte de bateria, que será obrigatório na Europa a partir do início de 2027. Mas o que é exatamente?
As pessoas que encomendaram um EX90 da Volvo, quando o receberem encontrarão um código QR dentro do batente da porta. Ao digitalizá-lo, o smartphone exibirá o passaporte da bateria do carro, documento que contém dados essenciais sobre a bateria de alta tensão.
No ano passado, o Parlamento Europeu decidiu que, a partir de fevereiro de 2027, todos os carros elétricos na UE devem estar equipados com esse sistema de controle do acumulador de energia de alta tensão do carro, o passaporte de bateria.
Dados importantes
Para o utilizador, a informação mais importante deste passaporte é o chamado Estado de Saúde (SoH) da bateria de alta tensão, ou seja, o percentual da capacidade original ainda intacto. Este índice de saúde não é apenas interessante de monitorar e acompanhar, mas também é um parâmetro importante para começar a determinar o valor comercial residual quando o carro tem alguns anos de uso.
Além disso, o passaporte da bateria também é um documento mantido num banco de dados central, que contém muitas outras informações sobre a bateria. Por exemplo, contém todas as especificações, mas também informações sobre a composição química das células, a origem dos materiais críticos como o cobalto, o lítio ou o níquel, a quantidade de materiais reciclados e a pegada de carbono no início da produção. Para isso será necessário trabalhar por classes, sendo a categoria A a que menos emite CO2 durante a fase de fabríco.

Reciclagem
Tudo isso visa obrigar os fabricantes de automóveis e equipamentos a ficarem atentos à origem dos componentes químicos utilizados. Mas também promoverá a reciclagem em fim de vida.
De facto, quando é necessário desmontar a bateria para extrair os materiais para os reutilizar, é muito útil saber em que estado se encontra a bateria e como é construída, tanto por razões de segurança como para determinar o seu valor. Isso permite que a indústria de reciclagem seja melhor organizada, sabendo exatamente quais materiais estão nas entranhas de cada carro no final de sua vida útil. Esta informação não estará acessível ao público em geral.
Padrões rígidos
Esses padrões não são opcionais. Por exemplo, a UE exige que todas as baterias de lítio colocadas no mercado a partir de 2025 sejam 65% recicláveis em peso e 70% a partir de 2030. A partir de 2031, cada nova bateria também deverá conter 6% de lítio reciclado. A Europa também estabeleceu metas específicas para o níquel, o chumbo e o cobalto.
Para o SoH, a Europa também desenvolverá limites concretos ao longo dos próximos dois anos. Serão estabelecidos requisitos mínimos para a percentagem da capacidade original que ainda deve ser utilizável após um determinado número de anos ou quilómetros.
O objetivo é orientar o consumidor na compra de um veículo elétrico usado. Afinal, estudos mostram que a incerteza quanto à capacidade restante da bateria é, em 62%, o maior obstáculo que impede potenciais compradores de adquirirem um carro elétrico usado.
As más experiências com baterias de lítio em smartphones e laptops que se desgastam muito rapidamente são as culpadas. Este receio é parcialmente injustificado, porque estas baterias não têm a mesma composição química da bateria de alta tensão de um veículo eléctrico e também não possuem sistema de refrigeração activo. Quase todos os carros elétricos contemporâneos estão equipados com ele, para que a bateria funcione em melhores condições e assim prolongue a sua vida útil.

Mitos sobre Carros Elétricos: Desvendando a Verdade
Existem muitos mitos em torno dos carros elétricos, que podem desencorajar as pessoas de fazer a transição para a mobilidade elétrica. Vamos desmistificar alguns deles:
- Os carros elétricos têm pouca autonomia: A autonomia dos carros elétricos tem aumentado significativamente nos últimos anos, e muitos modelos já oferecem autonomias superiores a 400 km.
- O carregamento demora muito tempo: O tempo de carregamento depende da potência do posto de carregamento e da capacidade da bateria. Com os postos de carregamento rápido e ultrarrápido, é possível carregar um veículo elétrico em poucos minutos.
- A rede de carregamento não está suficientemente desenvolvida: A rede tem crescido rapidamente em muitos países, e cada vez mais postos estão disponíveis.
- As baterias são muito caras de substituir: O custo das baterias tem vindo a democratizar-se e a diminuir ao longo dos anos, e a maioria dos fabricantes oferecem garantias extensas para as baterias.
O Futuro do Carregamento: Tendências e Inovações
O futuro do carregamento de veículos elétricos é promissor, com diversas tecnologias e soluções inovadoras a serem desenvolvidas:
- Carregamento sem fios: Esta tecnologia permite carregar o veículo de forma indutiva, sem a necessidade de cabos.
- Carregamento bidirecional: Os veículos elétricos poderão no futuro fornecer energia à rede elétrica, contribuindo para a estabilidade do sistema.
- Integração com energias renováveis: Os carros elétricos poderão ser carregados com energia proveniente de fontes renováveis, como painéis solares e turbinas eólicas.
- Automatização do processo de carregamento: A utilização de aplicações móveis e sistemas inteligentes permitirá automatizar o processo de carregamento, tornando-o mais conveniente para os utilizadores.
Conclusão
O carregamento de veículos elétricos é um tema em constante evolução. Ao compreender os diferentes tipos de postos de carregamento, desmistificar os mitos e conhecer as tendências futuras, os condutores poderão tirar o máximo partido da sua experiência com a mobilidade elétrica.
Carregar um carro elétrico pode ser um processo simples e conveniente, desde que se tenha o conhecimento necessário. Ao entender os fatores que influenciam o custo e o tempo de carregamento, poderá tomar decisões mais informadas e otimizar a utilização do seu veículo elétrico.
Assim, é importante que possa maximizar a economia no carregamento do seu carro elétrico.
Chegamos ao final desta jornada pela economia no carregamento de carros elétricos. Vimos que, apesar de ser uma tecnologia em constante evolução, existem diversas formas de otimizar os seus gastos e aproveitar ao máximo a experiência de ter um veículo elétrico.
Recapitulando os principais pontos:
- Carregamento em Casa: É a opção mais económica e conveniente. Aproveite as tarifas noturnas e utilize carregadores inteligentes para otimizar o consumo.
- Estações de Carregamento Públicas: Pesquise e compare os preços das diferentes redes de carregamento. Muitas oferecem planos e assinaturas que podem gerar economia.
- Horário de Pico: Evite carregar seu carro durante os horários de pico, quando a procura por energia é maior e as tarifas costumam ser mais altas.
- Manutenção da Bateria: Uma bateria bem cuidada tem maior autonomia e eficiência. Siga as recomendações do fabricante para garantir o melhor desempenho.
- Condução Eficiente: Adote hábitos de condução económica para aumentar a autonomia do seu veículo e reduzir a necessidade de carregamentos frequentes.
- Incentivos Governamentais: Fique atento aos incentivos e programas governamentais que oferecem benefícios para os proprietários de carros elétricos, como isenções de impostos e subsídios para a instalação de carregadores.
A mobilidade elétrica está em constante evolução, e as tecnologias de baterias e carregamento estão se tornando cada vez mais eficientes e acessíveis. Com o avanço das redes de carregamento rápido e a expansão da infraestrutura de recarga, a autonomia dos carros elétricos está a aumentar, tornando-os uma opção cada vez mais atraente para os consumidores.
Ao seguir as dicas apresentadas neste post, poderá otimizar os custos do carregamento do seu carro elétrico e aproveitar todos os benefícios que essa tecnologia oferece. Lembre-se que a economia no carregamento é apenas um dos muitos aspectos positivos da mobilidade elétrica. Ao escolher um carro elétrico, estará a contribuir para um futuro mais sustentável e a reduzir a sua pegada de carbono.