Explore tudo sobre a caixa de velocidades automática. Descubra as vantagens, desvantagens e também um comparativo detalhado com caixas de velocidade manual. Aprofunde-se nas características, funcionamento e benefícios das transmissões automáticas, e tome uma decisão informada sobre qual tipo de transmissão se adapta melhor às suas necessidades de condução e preferências pessoais.
Se há algum tempo atrás o uso de transmissões automáticas era mal aceite pela maioria dos condutores, neste momento é uma das opções escolhida por uma grande parte dos utilizadores atuais de veículos automóveis. Se considera adquirir uma nova viatura, pondere a opção por uma transmissão automática.
Saiba as diferenças entre os diferentes tipos de transmissões (manual e automática) e que cuidados deve ter na utilização da sua caixa automática. Não se esqueça também que a manutenção de uma caixa de velocidades automática é completamente diferente de uma caixa manual e com custos bem superiores.

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Caixa Automática – O que é?
A definição de caixa automática poderá ser a de uma transmissão de funcionamento hidráulico (exceção feita ao sistema CVT ou de caixas robotizadas), que gere e controla a troca de marchas consoante a velocidade, regime de funcionamento do motor e condições de circulação. Este sistema garante a utilização da mudança mais conveniente para o momento não sendo requerida nenhuma ação por parte do condutor para que tudo funcione na perfeição.
Nas viaturas com transmissão automática, existem apenas dois pedais, estando ausente o da embraiagem. O seletor de velocidades também é diferente duma viatura com caixa manual que, em vez do tradicional curso da alavanca em “H”, tem um deslocamento longitudinal na consola para a seleção das diferentes posições de funcionamento.
Quais as diferentes posições de funcionamento numa transmissão automática e para que servem?
Nas caixas automáticas, o número de velocidades disponíveis variam, conforme a marca e modelo de cada viatura. Podem ir de 6 até 8 ou mesmo 9 velocidades. Vamos agora ver as diferentes opções de funcionamento de uma caixa automática. Estão maioritáriamente segmentadas em 4 posições – PRND. Vamos compreender o que é cada uma delas e em que circunstâncias devem ser utilizadas. Estão definidas em língua inglesa e que passamos a explicar:
P – Park: Posição a selecionar cada vez que estacionar a viatura.
R – Reverse: Selecionar sempre que desejar fazer marcha atrás.
N – Neutral: O equivalente ao “ponto morto” de uma caixa manual.
D – Drive: A posição que deve escolher sempre que deseje que a viatura se desloque para a frente.
Tenham também em atenção que algumas viaturas têm mais duas posições adicionais que são W- Winter (para condução em neve, por exemplo) e S -Sport ( para condução desportiva com troca de velocidades a rotações mais elevadas).
Sempre que desejar iniciar a marcha, selecionar a posição “Drive” e deixar que a gestão de seleção de velocidades seja realizada pelo carro sem necessidade de intervenção do condutor.
Abordagem ao Uso da Transmissão Automática
Como iniciar a marcha

A utilização da viatura com caixa automática não difere assim tanto das outras com caixa manual. No entanto, existem alguns pormenores que deverá conhecer e procedimentos a seguir para uma utilização tranquila da sua viatura. Numa viatura automática, apenas vai utilizar o seu pé direito nos pedais, sendo que deverá manter o pé esquerdo imobilizado e posicionado no descanso que existe no piso da sua viatura. Vamos observar os passos necessários para colocar em marcha uma viatura de caixa automática:
- Quando se sentar no lugar do condutor e depois de colocar o seu cinto de segurança, certifique-se que o travão de mão está ativado e que o seletor da caixa de velocidades está na posição “P” ou “N”.
- Seguidamente pise o pedal do travão com firmeza e só depois e em simultâneo vire a chave da ignição. Deverá sentir o motor a entrar em funcionamento. Note-se que o motor não funcionará se não pisar o pedal do travão. Mantenha o pé firme no pedal do travão.
- Posicione o seletor da caixa em “D” se desejar andar para a frente ou “R” se desejar realizar marcha atrás. Seguidamente desative o travão de mão e alivie a pressão que têm mantido no pedal do travão. Deverá sentir o carro a andar. A partir deste momento deverá regular a velocidade do carro acelerando se desejar aumentar a velocidade e utilizar o pedal do travão se desejar abrandar ou imobilizar o carro.
Como imobilizar a viatura
Se iniciamos a marcha num veículo, inevitavelmente teremos de a imobilizar. Como o fazer corretamente num veículo de caixa automática? Teremos, antes do mais, de perceber que tipo de imobilização iremos realizar, se no transito enquanto estamos parados no transito ou num semáforo ou se vamos estacionar e imobilizar a viatura de forma mais prolongada.
Vamos abordar as paragens mais breves, aquelas que acontecem de forma frequente, por exemplo, no ato da condução urbana. Quando a fila de transito em que segue pára, de forma breve e intermitente, com o pára-arranca que tanto nos incomoda, utilize o pedal do travão para imobilizar a viatura pelos breves momentos necessários e aliviando a pressão do travão para permitir a marcha a baixa velocidade a que o trânsito obriga.
Se pelo contrário, está parado num daqueles semáforos em que o período de espera é grande ou se a fila de trânsito parou mesmo, trave com o pedal e selecione “N” ou “P”. Pergunta certamente o porquê de o fazer. Sempre que a posição “D” está selecionada e mantemos o pé no travão com a viatura imobilizada, o sistema da caixa automática está em carga, provocando o aumento da temperatura do fluído hidráulico e o desgaste prematuro dos componentes móveis da caixa. Lembre-se que estamos a contrariar o movimento normal de funcionamento da caixa, “travando” de forma forçada o seu funcionamento.
Normalmente, quando surgem os problemas causados por este tipo de comportamento na condução, as culpas são sempre lançadas na baixa qualidade da caixa de velocidades, que avariou “sem motivo aparente”. Nada mais errado. Para evitar reparações dispendiosas a médio-longo prazo, recomenda-se a manobra de colocação da posição da caixa em “P” ou “N” durante as paragens mais prolongadas no ato de condução, mantendo, como é evidente o pé no travão para manutenção da viatura imobilizada.
Assim, enquanto espera pela luz verde do sinal que demora ou que a fila de trânsito que já há algum tempo que não se move finalmente avance, “desativamos” o funcionamento dos componentes internos da caixa, impedimos o aumento de temperatura do fluído hidráulico e prolongamos a vida da nossa caixa de velocidades.
Quando chegamos ao nosso destino e desejamos imobilizar a viatura de forma prolongada, vamos proceder ao seu estacionamento. Para tal, após realizar todas as manobras necessárias ao estacionamento da viatura, vamos manter o pé firmemente apoiado no travão enquanto acionamos o travão de estacionamento (mais conhecido como travão de mão) e vamos colocar o seletor da caixa de velocidades na posição “P”.
Só depois podemos desligar o motor na chave da ignição ou no botão Start/Stop, conforme a viatura e, por fim, retirar o pé do pedal do travão. Com este procedimento, garantimos a imobilização das rodas traseiras com o travão de estacionamento e, se a viatura for de tração dianteira, o bloqueio das rodas motrizes por ação do bloqueio da caixa de velocidades com a posição “P” selecionada.
PRND – Como utilizar o seletor de posição.
Vamos agora ver a forma correta de utilizar o seletor das diferentes alternativas de seleção na caixa automática. Observe que, em praticamente todos os seletores, existe um botão de desbloqueio para selecionar o modo de condução (PRND). Nunca tente a mudança de modo de condução sem pressionar o botão de desbloqueio. Outra regra de ouro é nunca trocar o modo de condução com a viatura em andamento. Uma troca no seletor implica a imobilização do veículo e, só nessa altura, realizar a alteração do modo de condução.
Alguns modelos de carros mais desportivos com caixa automática, têm patillhas de mudança de marcha no volante que permitem a mudança “manual” das marchas. Se for esse o seu caso, familiarize-se com o sistema.

Outra dica importante. Se alguma vez o seu carro tiver de ser rebocado, garanta que a posição do seletor de velocidades está em “N” durante a operaç\ão de movimentação e transporte da viatura. Se tal não acontecer, esperam-o despesas de reparação avultadas por motivo de forçar a caixa de velocidades e a mesma ter as rodas motrizes bloqueadas.
Vantagens e Desvantagens da Caixa Automática.
Como em tudo, o sistema de transmissão automática tem pontos fortes e situações de alguma desvantagem quando comparado com a transmissão manual. Vamos então perceber quais são os pontos positivos e desvantagens da transmissão automática comparando com a velha e conhecida caixa manual.
Vantagens
Facilidade de utilização – Para aqueles que o manuseamento dum seletor manual combinado com um terceiro pedal são um pouco demais, há aqui uma oportunidade de conduzir de forma descontraída, sem ter que pensar muito na gestão das velocidades no ato da condução. A preocupação de realizar um ponto de embraiagem num plano inclinado não existe e tudo é mais fácil com uma caixa automática.
Foco na condução – Com uma caixa automática, não tem de retirar as mãos do volante para fazer as trocas de marcha nem tem de pensar quando tem de as realizar. O carro faz tudo por si.
Tranquilidade e conforto – Conduzir um carro de caixa automática, nomeadamente em transito urbano, é uma experiência mais tranquila e relaxada, comparando com o uso de uma caixa manual.
Rapidez na troca de marchas – Essencialmente quando está em aceleração, a troca de marchas é muito mais rápida e suave do que na utilização da tradicional caixa manual.
Desvantagens
Custo de aquisição – Quando adquire um carro novo, o custo do opcional de transmissão automática faz-se sentir no seu bolso. Tem sempre que desembolsar bastante mais dinheiro do que a opção manual.
Custo e necessidade de manutenção – As caixas automáticas são autenticas obras de engenharia automóvel. São componentes complexos e com custos de manutenção elevados. Acresce ainda que, nem todos os pontos de assistência nomeadamente oficinas independentes, têm formação e equipamento para realizar esta operação com qualidade. De realçar que os intervalos de manutenção são também muito mais curtos e custosos que as caixas manuais. Falaremos da manutenção mais à frente.
Consumos – Por norma, um carro automático tem consumos mais elevados que a versão manual. Quando tiver que optar pela opção automática, não se esqueça de acrescentar entre 1 a 2 litros por cada 100 quilómetros percorridos à média de consumo da versão manual.
Manutenção de Caixa Automática.
Chegamos agora ao momento talvez menos agradável do nosso post. O custo da manutenção de uma caixa automática é normalmente uma fatia significativa da fatura da sua revisão, quando esta operação tem de acontecer. Infelizmente, muitas viaturas automáticas (muitas que recorrem a oficinas independentes mal preparadas) “saltam” esta parte da revisão, seja devido à falta de conhecimento e equipamento dos técnicos ou então por opção do utilizador da viatura que entende que o carro pode continuar a funcionar sem problemas sem realizar a manutenção da caixa.
Normalmente, esta manutenção compreende as seguintes operações:
Retirada da totalidade do óleo de transmissão – Esvaziar uma caixa automática não se resume à retirada do bujão de dreno ou do cárter da caixa. A maior parte do fluído hidráulico está dentro da caixa de velocidades, alojado nos circuitos de circulação e não sai por ação da força da gravidade. Em muitas situações, a retirada do fluído tem que ser realizada com recurso a equipamento próprio.

Substituição do cárter e filtro da caixa automática – Em grande parte dos carros, a manutenção contempla a substituição do cárter por poder estar deformado com as variações de temperatura a que foi sujeito e propiciar fugas de fluído, por má vedação, entre o cárter e a caixa. É realizada com a utilização de um kit de manutenção, que contempla o cárter (quando requerido), parafusos de fixação do mesmo e respetivas juntas, filtro interno, magnéticos e claro novo fluído hidráulico. Muitas vezes, aquando da retirada do cárter e filtro usados, constata-se a existência de lamas no fundo do cárter, partículas metálicas agregadas ao magnético que se situa no cárter e filtro completamente obstruído. São maus sinais e que exigem uma lavagem interna da caixa com fluído limpo de modo a retirar todas as impurezas e resíduos que possam estar no interior da caixa.

Enchimento da caixa -Depois de limpa, colocado novo filtro, aparafusado e verificado o torque de aperto do cárter com todos os novos parafusos e juntas, são verificados todos os cabos e fichas conectados à caixa de velocidades. É chegado o momento de abastecer a caixa com novo fluido hidráulico com o equipamento adequado. Utilize sempre o fluído recomendado pelo construtor, pois este é um erro comum de má assistência e que muitas vezes condena uma caixa automática por má pratica na assistência. Os fluídos hidráulicos não são todos iguais.
Adaptações de caixa – Depois de abastecido e verificado o nível da caixa. chegou a hora de fazer a adaptação da caixa com o equipamento de diagnóstico e verificar o seu correto funcionamento. É uma prova de estrada com equipamento ligado ao carro onde se cumprem uma miríade de procedimentos indicados pela máquina de diagnóstico. Garante-se assim que, para além de se informar o sistema do carro da manutenção efetuada, se verificam as trocas de marcha que têm de ser feitas com suavidade e no regime de motor correto. Verifica-se também, em plano inclinado, se o carro avança quando colocamos o seletor em “D” e soltamos apenas o travão sem acelarar.
Quando bem feito, é um processo moroso e por sua vez caro, pois estas operações levam o tempo necessário que, evidentemente, tem de ser pago. O preço das peças de substituição e fluído hidráulico, como é evidente, também somam à fatura e variam conforme a marca e o tipo de caixa.
Este processo de manutenção deve ser realizado dentro dos intervalos definidos pelo fabricante sendo que, no seguimento de uma utilização mais exigente para a caixa (circuitos urbanos ou estrada de montanha) o intervalo de manutenção deve ser reduzido em um terço de modo a garantir o bom estado da caixa e o seu correto funcionamento.
Algumas marcas anunciam em determinados modelos, que o fluído da caixa é vitalício, isto é, que não necessita de mudança durante toda a vida da viatura. Exemplos já vistos de caixas inutilizadas e o bom senso dizem que não há nada vitalício no que toca a fluidos de caixas automáticas. Se for esse o caso do seu carro, exija mudança do fluído todos os 80.000 km de modo a não ter surpresas muito desagradáveis para o seu bolso com responsabilidades descartadas da marca em questão.
Quando for realizar a manutenção da caixa do seu carro, questione o ponto de assistência se o fazem de forma correta e se têm o equipamento certo para a tarefa. Não tenha vergonha de perguntar, pois será sempre o seu bolso a pagar a fatura de uma caixa condenada num futuro próximo.
Conclusão para Caixa de Velocidades Automática – Tudo o que precisa de saber!
Em síntese, exploramos a complexidade e os benefícios da caixa de velocidades automática, uma peça fundamental na experiência da condução moderna. Ao compreendermos seu funcionamento, manutenção, vantagens e desvantagens e custos de manutenção, podemos aproveitar ao máximo essa tecnologia, proporcionando uma condução mais tranquila, eficiente e confortável. O objetivo é que esta passagem de conhecimento o possa ter ajudado nas escolhas e opções relativas à escolha do tipo de transmissão, melhorando a sua experiência ao volante para novos níveis de conforto e desempenho.