N 41 10.847′ W 008 41.660′ – Matosinhos
Descubra os encantos de Matosinhos, uma cidade do litoral norte de Portugal, ao explorar suas origens e a riqueza de experiências que a tornam um destino imperdível.

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Origens e História
As origens de Matosinhos remontam à época da ocupação romana, onde a construção de vias de comunicação (ex. estrada Cale-Bracara Augusta) e pontes no local (ex. ponte da Pedra) faziam parte da estratégia de desenvolvimento do comércio e comunicações associados à Pax Romana. As zonas mais romanizadas terão sido o estuário do Rio Leça e a zona de Lavra, havendo nesta última vestígios de uma villae e de estruturas de produção de sal.
Na idade média foram erigidos vários mosteiros e conventos (ex. Mosteiro de Bouças), fazendo com que se tenha desenvolvido o aglomerado populacional em seu redor. No século XIII encabeçava a divisão administrativa do Julgado de Bouças, sendo que foi a origem do atual concelho de Matosinhos.
Já no século XVI, foi atribuída carta de Foral, em 1514, por D. Manuel I. Sendo um importante centro produtor agro-pecuário e sede de ricas propriedades, Matosinhos torna-se um dos principais pólos de abastecimento do Porto.
É também no século XVI que se constrói a Igreja de Matosinhos e se transfere para lá a imagem do Bom Jesus que, até então, estava no Mosteiro de Bouças. Dois séculos mais tarde e resultado do crescimento da devoção ao Bom Jesus, foram realizadas profundas obras de remodelação nesta igreja pela mão do famoso arquiteto de origem italiana, Nicolau Nazoni.
Mas Matosinhos é também uma terra que abraça o mar. A necessidade de um porto de abrigo levou à construção, em finais do séc. XIX, do Porto de Leixões, sendo uma obra de engenharia vanguardista e ousada para a época. Foi o início de uma nova era e da transformação em todo o desenvolvimento, seja ele urbanístico ou industrial da cidade, onde a pesca da sardinha e a indústria da conserva de peixe foram as principais atividades económicas e de desenvolvimento, levando a que, em 28 de Maio de 1984, Matosinhos fosse elevado a cidade.

Porto de Leixões
Por necessidade de haver uma alternativa ao porto do Douro que, por dificuldades de acesso e navegação, condicionava a atividade comercial e piscatória, foi iniciada a construção do porto de Leixões em 13 de Julho de 1884. Uma obra de engenharia complexa, inovadora e vanguardista que nos finais do século XIX, projetada pela mão do engenheiro Nogueira Soares, transformou o porto naquilo que é hoje, o segundo maior porto artificial do país. A entrega a obra completa em deu-se em 1895.

Foi construído sobre uma estrutura de rochas naturais a pouca distância da costa, dispostas em semicírculo, situadas no estuário do Rio Leça e a que se chamavam “leixões”. Criados dois grandes molhes, um a norte e outro a sul, consegui-se uma grande enseada com cerca de 95 hectares. Construídos com granito das pedreiras de S. Gens, foi criada uma linha férrea para o transporte dos mesmo e assim abastecer os estaleiros de construção.
Para realizar a construção desta obra gigantesca, foram na época encomendados dois guindastes colossais e poderosos à empresa francesa “Fives” em Lille. Movidos a vapor, deslocavam-se sobre carris e que, pela sua dimensão, foram apelidados de Titans.
Um dos guindastes ficou colocado no molhe norte e outro no molhe sul. Foram fundamentais para a construção do porto com a colocação de milhares de blocos de granito e cimento ao longo dos molhes, ganhando terreno ao mar. Após a construção do porto, continuaram a ser utilizados nas reparações necessárias ao longo do tempo.

Depois de substituídos por equipamentos mais eficazes e modernos, acabaram por sucumbir ao salitre da água do mar ficando seriamente danificados pela ação da ferrugem. Atualmente podemos ainda ver a silhueta do Titan no molhe norte, estático e em avançado estado de degradação.
No molhe sul, existe uma réplica construída com parte da máquina original sendo o restante reproduzido com novos materiais à imagem do guindaste original, sendo possível observa-lo desde a praia de Matosinhos. Existem visitas em datas comunicadas pela APDL com entrada pelo molhe sul.
Ao longo do tempo foram feitos acrescentos e melhoramentos para responder à demanda dos tempos modernos, sendo que o porto cresceu para leste acompanhando o curso do Rio Leça e acrescentando nas duas margens disponibilidade de cais para acostagem dos diferentes tipos de navios.

Saliente-se também a existência de uma nova estação de passageiros no molhe sul para servir os navios de cruzeiro que cada vez mais procuram as nossas paragens. Esta nova estrutura é também perceptível, observando a sua silhueta inconfundível a partir da praia.

Praias

Matosinhos tem uma praia urbana integrada na cidade. Com um areal de aproximadamente 115.000 metros quadrados, tem espaço disponível para as mais variedades de atividades, dentro e fora de água. Mesmo em dias de mares mais vivos, é possível a prática de surf e bodyboard.
Infra-estruturas de apoio disponíveis como parques de estacionamento, bares e restaurantes, transportes públicos (autocarros e metro), instalações sanitárias e escola de surf. Disponíveis também o aluguer de toldos e espreguiçadeiras durante a época balnear.
A Gastronomia de Matosinhos

“Matosinhos World Best Fish” à conquista do mundo. A gastronomia de Matosinhos é cada vez mais reconhecida e procurada por quem nos visita. Com o melhor peixe fresco que se pode encontrar em qualquer parte do mundo, tornou-se um ex-libris da cidade com uma cozinha de excelência e diferenciada, tendo como base que de melhor Matosinhos tem para oferecer que é o seu peixe.
Com dezenas de restaurantes especializados na confecção do melhor peixe que pode encontrar nos nossos mares, pode deliciar-se com a maior variedade de pratos de peixe e mariscos. Pode simplesmente visitar um restaurante com um ambiente mais popular onde pode assistir à confecção da sua refeição no assador que está colocado junto da zona de refeições ou optar por um ambiente mais exclusivo e requintado das mais emblemáticas marisqueiras disponíveis na cidade.
Património Arquitetónico, Industrial e Cultural
Para além de tudo o mais, Matosinhos também partilha um legado arquitetónico, industrial e cultural de relevo e de referencia Nacional e Internacional. A indústria conserveira, que em tempos idos do século passado constituía uma das principais atividades económicas do concelho, tem neste momento algumas unidades em pleno funcionamento. As Conservas Pinhais & Cia, Lda são um exemplo da qualidade excecional de um produto matosinhense que é exportado para os quatro cantos deste mundo.
Reconhecidas pelo seu método artesanal de fabrico onde a qualidade é colocada em primeiro lugar, não é um produto fabricado em massa nem em quantidades em que claramente se poderia perder o índice de qualidade que é a bandeira desta unidade fabril. Pode ser visitada com agendamento a realizar através dos contactos disponibilizados no site. Existem mais fábricas conserveiras, também com produtos de altíssima qualidade, destacando-se Conservas Portugal Norte, Lda, Ramirez & Cª Filhos SA entre outras.
Destaque também para a Casa da Arquitetura de Matosinhos, sita às antigas instalações da Real Vinícola, onde se realizam exposições diversas, palestras e outros eventos culturais.
Não esquecer também da internacionalmente famosa Orquestra de Jazz de Matosinhos sendo uma parte importante e integrante do património cultural desta cidade.
Menção especial para o Salão de Chá da Boa Nova, obra do mundialmente famoso arquiteto Siza Vieira, sendo património Nacional e restaurante de referencia com uma estrela Michelin no seu curriculo.
Conclusão para Matosinhos Terra de Horizonte e Mar!
Matosinhos, Terra de Horizonte e Mar, revela-se como um verdadeiro tesouro de Portugal, enraizado nas suas origens e história. Desde os seus primórdios, a cidade tem desempenhado um papel crucial na herança cultural e industrial do país, destacando-se especialmente pelo imponente Porto de Leixões, uma porta para o mundo que moldou o destino económico da região. As praias deslumbrantes que banham a costa Matosinhense não são apenas destinos de lazer, mas testemunhas silenciosas de uma ligação profunda entre a comunidade e o oceano.
Ao explorar a gastronomia local, descobrimos um festim de sabores que reflete a riqueza dos recursos marinhos. Os frutos do mar e peixe frescos e os pratos tradicionais conquistam paladares, transformando a culinária Matosinhense numa expressão autêntica da identidade local. Para além disso, o património arquitetónico, industrial e cultural de Matosinhos preserva as memórias de tempos passados, oferecendo aos visitantes uma viagem no tempo pelas ruas e edifícios que testemunharam a evolução da cidade.
Em suma, Matosinhos é mais do que uma terra de horizonte e mar, é um testemunho vivo da interseção entre tradição e modernidade, onde as raízes históricas coexistem harmoniosamente com as aspirações do presente e a ambição do futuro. Ao visitar esta cidade encantadora, mergulhamos num conto multifacetado, onde cada elemento – das origens às praias, da gastronomia ao património – contribui para a riqueza única de Matosinhos, deixando-nos maravilhados e inspirados pela sua autenticidade e beleza intemporal.